Pular para o conteúdo
...

Desenvolvimento Organizacional

Cuidar e apoiar para desenvolver

O ano de 2020 apresentou desafios inéditos e extremos para as organizações da sociedade civil no enfrentamento das desigualdades, uma vez que a pandemia de Covid-19 maximizou os efeitos da vulnerabilidade infraestrutural às quais as populações das periferias urbanas estavam submetidas.

Para além do trabalho na promoção da equidade e de ações que buscassem mitigar a crise social intensificada pela pandemia, olhar da porta para dentro foi fundamental para cuidar da segurança dos integrantes da equipe da Fundação Tide Setubal. Nesse sentido, a área de Desenvolvimento Organizacional da Fundação adotou medidas para preservar o bem-estar dos membros em meio a esse cenário.

Ainda em março, os profissionais que trabalhavam na sede e no Galpão ZL, núcleo de Prática de Desenvolvimento Local da Fundação, passaram a trabalhar nas suas respectivas residências. Esse fato foi consequência do fechamento de ambos os espaços.

Em virtude do aumento significativo das despesas de água, luz e telefonia/internet, a área de Desenvolvimento Organizacional criou um “vale home office”, que se trata de valor pago mensalmente na folha de pagamento para cada integrante. Ainda, os valores do vale-refeição ou vale-alimentação, dependendo da opção feita pelo colaborador em questão, foram mantidos de modo integral.

Meses depois, quando houve a flexibilização das regras restritivas à circulação de pessoas, uma parcela significativa da equipe continuou a trabalhar de modo remoto. Por outro lado, alguns colaboradores apontaram a dificuldade de desenvolver suas atividades com a infraestrutura e a dinâmica das residências. Dessa forma, eles foram autorizados a trabalhar de modo presencial, mediante à adoção de todos os protocolos de segurança, o uso controlado do espaço Galpão ZL, uma vez que não houve atendimento ao público em virtude da pandemia.

As dependências da sede foram também disponibilizadas duas vezes por semana, por meio agendamento prévio e segundo todos os parâmetros sanitários, para os colaboradores que quisessem fazer uso do espaço. Este ano, a gestão de pessoas foi desafiadora e bastante intensa no sentido de buscar formatos adequados, quase customizados, para as necessidades da equipe.

Apesar do cenário extremo causado pela Covid-19, o trabalho remoto foi bem-sucedido devido à dinâmica criada entre os coordenadores das áreas com os integrantes das respectivas equipes. Um fator importante observado foi o poder de autogestão dos profissionais e seu comprometimento para o desenvolvimento das ações da Fundação.

Vale mencionar também outra medida adotada, mas que diz respeito aos prestadores de serviço terceirizados da Fundação: embora eles tenham sido temporariamente dispensados, os contratos deles foram mantidos sem alterações nas cláusulas.

Desenvolvimento contínuo da equipe

Em 2020, o Plano de Desenvolvimento da Equipe (PDE) foi aplicado em dois momentos: em fevereiro, de modo presencial, e em outubro, por videochamada. A iniciativa, que visa desenvolver um ambiente virtuoso por meio de colaboração, aprendizado e eficácia e contribuir para a reflexão e qualificação da equipe, foi baseada em cinco competências:

  • gestão de projetos;
  • gestão de conflitos;
  • visão estratégica;
  • potencial agregador/articulador;
  • foco em resultados.

Em virtude do trabalho desenvolvido com a equipe, o PDE ampliou o status de ferramenta de reflexão e desenvolvimento para os funcionários por possibilitar ao grupo qualificar-se de modo contínuo e melhorar a integração entre desejos pessoais e necessidades institucionais.

Formar e capacitar

Um ponto estratégico para o desenvolvimento contínuo do trabalho da Fundação Tide Setubal está relacionado à capacitação contínua da equipe. Esse processo abrange a realização de atividades e cursos ligados às áreas nas quais atua.

Houve, em 2020, dois ciclos formativos. O primeiro abrangeu equidade racial e de gênero e foi conduzido por Márcia Lima, conselheira consultiva da Fundação. O encontro inaugural ocorreu no início de março, sendo paralisado após a pandemia de Covid-19. A equipe de Desenvolvimento Organizacional planeja retomá-lo em 2021.

Outro ciclo de formação, realizado durante sete encontros, teve como ponto de partida o Programa de Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação. A proposta era ajudar a equipe a compreender de que modo é possível responder a questões econômicas sobre o momento histórico atual, partindo da perspectiva de que há uma reorganização do modelo produtivo vigente, que estava em curso antes da pandemia e abala aspectos importantes da lógica econômica. Os conteúdos oferecidos durante os sete encontros foram:

  • Funcionamento do Sistema Produtivo e as Transformações Recentes no Capitalismo, ministrado por Mariana Almeida;
  • Política Fiscal no Brasil e a Qualidade do Gasto Público, ministrado por Mariana Almeida;
  • Economia e Território, ministrado por Mariana Almeida;
  • Nadando contra a Maré: Economia, Desenvolvimento Sustentável e Ética, ministrado por Ricardo Abramovay;
  • Investimento e Negócios de Impacto, ministrado por Célia Cruz e Beto Scretas;
  • Economia, Raça e Desigualdades Raciais, ministrado por Roseli Farias e Eduardo Gomor;
  • Nova Economia e Desenvolvimento Territorial, ministrado por Mariana Almeida.

Além da formação sobre raça e gênero, a qual será retomada em 2021, a proposta para o ano é desenvolver mais uma atividade temática relacionada aos programas desenvolvidos pela Fundação. Uma delas será voltada à diversidade e terá três encontros que serão realizados no decorrer de 2021.

Ainda, como demandas surgidas em feedbacks feitos por meio do PDE, a Fundação disponibilizou aulas de inglês para os colaboradores. Houve três turmas em 2020, sendo duas básicas e uma intermediária – participaram 12 alunos no total. Para 2021, espera-se criar mais uma turma e manter as três já existentes.

A Fundação ofereceu duas bolsas de estudo para formação superior e outras quatro para o nível técnico. Em todos os casos, 50% dos valores foram pagos efetivamente conforme previsto na Política de Gestão de Pessoas.

Mente sã, ser humano são

Além do suporte para a realização do trabalho em caráter remoto e dos mecanismos para evolução profissional contínua dos funcionários, a área de Desenvolvimento Organizacional da Fundação promoveu ações para os profissionais cuidarem da saúde mental.

Por esse motivo, a área de Saúde Mental: Territórios Clínicos criou um banco de serviços que pudesse dar apoio psicológico aos funcionários, familiares e suas relações. Houve também redes internas para cuidados específicos voltados às pessoas com maior dificuldade na adaptação ao isolamento e ao trabalho remoto, assim como em suas questões pessoais.

Por fim, para fomentar a socialização entre a equipe, a área organizou happy hours mensais. As atividades, que aconteceram por videochamada, contaram com entregas de kits de petiscos para os integrantes das equipes da Fundação. E essa foi também a dinâmica aplicada para a realização do encerramento das atividades em 2020.