Proteger o território contra a Covid-19 e ajudá-lo a crescer

Dizer que o território importa reforça uma lógica que norteia o trabalho da Fundação Tide Setubal no enfrentamento das desigualdades socioespaciais. O Jardim Lapena, bairro da zona leste de São Paulo onde está situado o Galpão ZL, núcleo de Prática de Desenvolvimento Local, é símbolo dessa premissa.

O trabalho da equipe do Galpão ZL tem o objetivo de apoiar e fomentar a potência de lideranças e atores do espaço, ao mesmo tempo que promove o enfrentamento de vulnerabilidades sociais de modo multidisciplinar, por meio de iniciativas voltadas a desenvolvimento urbano, apoio ao trabalho de microempreendedores, capacitação de pessoas em busca de recolocação profissional e assistência social. Todas elas, independentemente da área de atuação, são colocadas em prática em conjunto com a população.

Em 2020, a pandemia de Covid-19 impôs desafios e obstáculos inéditos ao trabalho de promoção da equidade. Em virtude das medidas sanitárias adotadas para preservar a saúde da população e evitar a disseminação do vírus Sars-CoV-2, como o distanciamento social, as atividades desenvolvidas no núcleo de Prática de Desenvolvimento Local precisaram ser readaptadas com efeito imediato.

Desse modo, a prioridade foi apoiar a população no acesso a iniciativas da esfera pública para auxílio social, assim como prover, por meio de parcerias com atores diversos da sociedade civil, infraestrutura básica para protegê-la contra o coronavírus em questão.

Em paralelo, demais atividades, como as relativas ao Ponto de Leitura e ao Inova ZL, braço do Programa de Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação Tide Setubal, foram ajustadas para o formato remoto. Ainda, a realização de um projeto-piloto de alfabetização foi colocado em prática em parceria com o Cenpec Educação para apoiar alunos da EE Pedro Moreira Matos e os seus respectivos pais.

O território é composto por pessoas com habilidades, aspirações e necessidades variadas, logo, cuidar delas é fundamental para superar vulnerabilidades sociais. A mobilização para unir os trabalhos de organizações da sociedade civil (OSCs), atores do investimento social privado (ISP) e o poder público é fundamental para alcançar esse objetivo. Ao mesmo tempo, é de extrema – e igual – importância caminhar junto com a população da área e contar com seu protagonismo.

A força da população é o ensinamento deixado pelas Guardiãs do Bairro. Formado por mulheres do Jardim Lapena, o grupo, que conta com o apoio do Galpão ZL, mobiliza-se para fazer o mapeamento no território e orientar moradores contra a Covid-19, ampará-los sempre que forem identificados casos de vulnerabilidade social e ajudá-los a ter acesso a programas de assistência governamental.