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Fomento a Agentes e Causas

Apoio à pesquisa acadêmica para promover o desenvolvimento

Além de mostrar o papel fundamental que a mobilização de diversos setores da sociedade civil teve – e continua a ter – para enfrentar os múltiplos tipos de desigualdades e assistir grupos em situação de severa vulnerabilidade social, 2020 destacou a importância de apoiar a realização de pesquisas, uma vez que elas fornecem informações consistentes sobre quais medidas são necessárias para possibilitar a promoção da equidade.

O repasse a nove projetos de pesquisa de origens distintas e com foco, cada um, em áreas variadas totalizou R$ 1.393.568,40. Uma parcela significativa dessas ações tinha o panorama relativo à pandemia de Covid-19 como fio condutor para a condução dos estudos.

Combate à Covid-19

O edital Pandemia Covid-19: Panorama da Desigualdade na RMSP, firmado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi uma das iniciativas fomentadas e envolveu cinco campi da instituição – São Paulo, Zona Leste, Osasco, Diadema e Baixada Santista.

O projeto recebeu o apoio de R$ 160 mil e teve como objetivo produzir conhecimentos científicos socialmente referenciados para contribuir com o entendimento e a avaliação sobre os processos e impactos socioterritoriais relacionados à disseminação do vírus Sars-CoV-2, além de compreender a proposição e a vivência das medidas de prevenção, contenção, enfrentamento e combate adotadas contra a expansão da pandemia.

A Universidade Federal do ABC (UFABC) realizou um projeto de caráter multidisciplinar e contou com o repasse de R$ 55 mil. A pesquisa desenvolveu um simulador para estimar a evolução do contágio comunitário pelo Sars-CoV-2, com foco na sistematização de dados e análises científicas sobre a dispersão do vírus e os impactos causados, em curto e médio prazo, em diversos segmentos sociais.

O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) recebeu incentivo de R$ 25 mil para formar uma rede multidisciplinar de pesquisadores cujo objetivo é oferecer informações e dados que permitam a governos em âmbito municipal, estadual e federal aperfeiçoar o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao combate da pandemia de Covid-19.

Ainda, a consultoria Mobiliza recebeu R$ 15 mil para fazer um levantamento sobre a situação financeira de organizações da sociedade civil (OSCs) em meio à pandemia de Sars-CoV-2. O objetivo do estudo foi compreender as necessidades imediatas e futuras de organizações e como seus gestores têm repensado os respectivos papéis em curto e médio prazo, identificando caminhos possíveis para elas lidarem com os efeitos da Covid-19.

Apoio a contextos plurais

A área de Fomento a Agentes e Causas apoiou também projetos de pesquisa voltados a outras áreas do conhecimento, com foco no combate a variadas modalidades de desigualdades socioeconômicas e territoriais. Um dos casos é o da Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP), que recebeu R$ 390 mil para promover diálogos e pesquisas que contribuam para aproximar a USP das periferias urbanas. A operação do projeto está conectada à realização do Censo Democracia, Artes e Saberes Plurais e das atividades do Grupo de Pesquisa nPeriferias, do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP).

O Afro – Núcleo de Estudos sobre Raça, Gênero e Justiça, do Cebrap, recebeu fomento de R$ 250 mil para desenvolver estudos sob a ótica de desigualdades raciais e de gênero, além de formar novos pesquisadores nessa mesma temática.

O Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (Laut) foi apoiado com R$ 200 mil para o desenvolvimento de pesquisa para distinguir o conservadorismo do autoritarismo no Brasil. O estudo é formado de três etapas: distinção atual do que é conservadorismo e do que é autoritarismo no discurso de atores do governo federal; análise de aspectos relativos à tradição e às duas variáveis do problema principal; e, por fim, quais são as diferenças entre conservadorismo e autoritarismo sob o regime constitucional atual.

Apoio via chamada de projetos

Além do aporte feito diretamente a instituições, o fomento à produção acadêmica foi realizado também por meio de chamadas de projetos desenvolvidos por parceiros da Fundação Tide Setubal no enfrentamento das desigualdades sociais.

Uma dessas iniciativas foi o Edital Equidade Racial na Educação Básica. A ação, que teve como parceiros investidores a Fundação Itaú Social, o Instituto Unibanco e a Unicef, e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) como parceiro estratégico, contou com o repasse de R$ 32 mil destinado ao reconhecimento financeiro de seis autoras(es) de artigos científicos.

A curadoria do projeto selecionou, entre 258 artigos científicos recebidos, seis para obter reconhecimento financeiro e outros três para menção honrosa. Os trabalhos abordaram temas como práticas decoloniais na formação docente, indicadores e perspectivas de alunos negros sobre o mercado de trabalho, literatura como prática pedagógica antirracista, educação quilombola e o papel da estética e da literatura negra feminista no enfrentamento do racismo e do sexismo.

A Cátedra Itinerante Inclusão Produtiva no Brasil Rural e Interiorano, da qual são parceiros investidores a Fundação Arymax e o Instituto Humanize e que tem o Cebrap como parceiro estratégico, recebeu incentivo de R$ 240 mil.

O objetivo da cátedra é viabilizar pesquisas, publicações, eventos, formatação ou execução de currículos, atividades de extensão e ensino ou uma combinação desses instrumentos, cuja sistematização resulte em novos conhecimentos relevantes para potencializar a disseminação e a capacidade de incidência de abordagens inovadoras sobre inclusão produtiva rural. O projeto recebeu 40 propostas das cinco regiões do Brasil, entre as quais foram selecionadas quatro.